Skip to main content

Dia 25 de Outubro é o Dia Nacional de Combate ao Preconceito à Pessoa com Nanismo. É um dia para pararmos e refletirmos sobre respeito ao ser humano. É um dia para darmos mais um passo na direção daquilo que nos une, que nos torna iguais e não ressaltar as nossas diferenças.

Acredite, somos muito mais iguais do que você imagina. Amamos. Sonhamos. Sentimos raiva, desejos e paixões. Somos capazes de realizar tudo o que qualquer pessoa pode realizar, basta nos dar meios acessíveis para isso. Podemos ser excelentes profissionais: médicos, engenheiros, analistas de sistemas, atores, modelos, esportistas, podemos ser o que quisermos ser.

É o dia de todas as pessoas com nanismo se aceitaram mais e darem valor ao que realmente é relevante. Como diz a Juliana Yamin, umas das idealizadoras da campanha “Somos Todos Gigantes”: “Precisamos aprender a diferenciar os olhares que nos veem. Nem todos são de preconceito. Existem olhares de carinho, de curiosidade, de admiração, de querer ajudar, de solidariedade e de compaixão”.

É dia de nós que temos nanismo entendermos que nem tudo é preconceito. Que nem todo “toco” que você leva de alguém que está apaixonado é porque você tem nanismo; pode não ter rolado afinidade ou interesse. Que nem toda tentativa frustrada de conseguir emprego é porque você tem nanismo; você pode ser menos qualificado. Que nem todas as dificuldades da sua vida são exclusivamente pelo fato de você ter nanismo.

Sim, reconheço que infelizmente o preconceito ainda existe de forma escancarada ou velada. Ele está na cidade não planejada para nossa acessibilidade. Ele está nos risinhos discretos que algumas pessoas dão na rua ao verem uma pessoa com nanismo. Ele está em vídeos e imagens com piadinhas jocosas que circulam nas redes sociais envolvendo anões. Mas tenha certeza de que nada disso é capaz de impedir que qualquer pessoa com nanismo alcance seus objetivos, mesmo que às vezes precise de um pouco mais de esforço.

É o dia de você, que não tem familiaridade com nanismo, ter conhecimento que existem mais de 200 tipos diferentes de nanismo. A maioria, quando tem conhecimento, tem apenas dos mais comuns, incluindo a área médica. É o dia da sociedade ter ciência que muitas dessas displasias trazem consigo limitações que vão muito além da baixa estatura: desde dores ósseas (sobretudo na coluna) até complicações sérias que podem levar ao óbito prematuramente. Já pensou que no momento que você esteja encontrando com uma pessoa anã na rua, seja uma das poucas oportunidades na vida dela de estar se divertindo longe de dores ou tratamentos médicos?

É o dia de saber que nós anões não estamos de frescurinhas e nem querendo aumentar o coro da patrulha do politicamente correto. É ter a consciência de que cada pessoa com nanismo encara suas limitações e suas lutas de forma diferente, assim como qualquer pessoa. Se você não tem intimidade suficiente e não conhece a pessoa o bastante para saber até onde pode ou não brincar com ela, não o faça. Isso é falta de educação e respeito.

É o dia de termos a esperança de que, num futuro breve, não precisaremos mais fazer papéis apenas destinados a anões e nem sermos categorizados como: o ator Leonardo, que tem nanismo; pois isso não será mais relevante.